domingo, 27 de fevereiro de 2011

PASSEIO PEDESTRE À LAGOA AZUL – 2011


















Domingo, 20 de Fevereiro de 2011. Na véspera, dia 19, durante toda a manhã, tinha chuvido, a bem chover, com períodos de chuva, que não deixaram ninguém espraiar-se, fosse de que maneira fosse, com excepção para o mundo da flora, como é evidente.

Pequeno almoço tomado, almoços nas mochilas e a deslocação – ainda poluidora – para a Estação de Sintra, com ponto de encontro marcado para as 9:30h. Pontuais, eis que chegámos mesmo à tabela. Lá estavam alguns amigos das caminhadas, já à nossa espera.

De repente deparei-me com o nosso amigo Felizardo, que se fazia acompanhar do seu neto: – Olha! O Felizardo também veio! E era verdade, o amigo Felizardo estava ali para fazer o nosso passeio, situação que não acontecia desde há muitos e bons anos, isso sem contar com os passeios na zona da Ribeira de Quarteira, que quase todos os anos combinamos fazer durante as férias de Agosto, no Algarve.

Satisfeito com este acontecimento inesperado, lá fomos para S. Pedro de Sintra, onde estava previsto o início do passeio.

Chegados a S. Pedro de Sintra, mais conversa, menos conversa, lá partimos calçada acima, rumo à Lagoa Azul.

Ainda era um grupo de 21 pessoas, das quais 2 eram miúdos, a Filipa e o neto do Felizardo ( peço imensas desculpas, mas não me recordo do seu nome ) com idades a rondar os 11 anos.

O Passeio iniciou-se de forma agradável, com as pessoas a conversarem, troca de impressões, riam-se ou contavam-se histórias passadas. O tempo estava primaveril e os caminhos molhados, eram a expressão do tempo chuvoso do dia anterior, onde de vez em quando se avistavam pequenos cursos de água, vindos da serra.

Tudo estava a correr da melhor forma, mas creiam-me, meus caros, este passeio, a certa altura, tornou-se num dos mais atribulados e aventurosos, de que já há bastante tempo não me lembrava. Quando já muito perto da estrada que nos levava à Lagoa Azul, numa curva larga do caminho, deparámo-nos com um enorme lago de água que cobria todo o caminho. Seria impossível atravessá-lo, sem molhar os pés. Cheguei a pensar em me descalçar, mas a solução foi a de contornar a enorme poça, pela parte exterior da curva, género a corta-mato, porque de facto havia uns troncos e ramos cortados de árvores que serviam de trilho, e um pequeno carreiro do outro lado, nos possibilitaram passar para o outro lado da poça. Mas era difícil, porque tínhamos de fazer equilíbrio na passagem dos troncos, sobretudo as senhoras com mais dificuldade de deslocação.

– Boa! Conseguimos! E lá continuámos, superado aquele tremendo obstáculo. Não ganhámos para o susto.

Ah! Mas o pior ainda estava para vir! Já vos conto o que se passou, depois do almoço!

Almoço, na Lagoa Azul. – “Mas a Lagoa devia mudar de nome! Lagoa Azul não, Lagoa Castanha! E era de facto castanha, a água, também porque o Sol estava agora tapado com algumas nuvens.

Almoçámos, tirámos fotografias – algumas delas, correspondem ás que poderão observar nesta página do Blog – e decidimos regressar por outro caminho, que acompanha a estrada para a Malveira da Serra.

Todos concordámos em não termos que passar de novo, por aquela assustadora poça de água, caso regressássemos pelo mesmo caminho.

E continuámos, felizes da vida, brincando, tagarelando, porque é no convívio com a Natureza, que as pessoas tendem a aproximar-se dela, deitando fora tudo o que está a mais, resultado da vida agitada das cidades, dos empregos e das deslocações “stressantes” a que nos submetemos, no dia a dia.

Mais à frente, apareceu-nos uma jovem gatinha, que saíra de uma concavidade existente numa rocha. A Célia, pedestrianista habitual dos nossos passeios, propôs-se de imediato a ficar com a gatinha – ou, melhor o filho dela, que também é um habitual participante das caminhadas, é que se prontificou a fazê-lo.

Mas como a transportar?! Bom, foi dentro da mochila de uma nossa amiga estreante destes passeios, que vinha pela primeira vez, que se colocou a gatinha.

Contacto com o ar da Serra de Sintra, esforço para subir a serra, queima de calorias, digestão do almoço facilitada, boa disposição e robustez física para continuar, até à meta – Recinto da Feira de S. Pedro, onde ficaram os automóveis, eram pensamentos constantes, de quem caminha por puro prazer. Creiam-me que vale a pena sacrificar um domingo, uma vez por mês, para isto. A recompensa é a melhoria da condição física, e no reforço do Sistema Imunitário, pelo exercício físico. É preciso um pouco de coragem e espírito de aventura, mas VALE MUITO, A PENA!

E chegámos ao momento do acontecimento deste passeio! Aventura está bem, mas isto creio que excedeu um pouco as expectativas! Chegados ao caminho que se situa entre os muros do Parque da Pena e da Quinta de Vale Flor – gracejando, afirmei para a Filipa e para outros amigos que estavam por perto: – “Preparem-se que agora vem aí o pior, vamos agora vencer, a maior subida do percurso”! É claro que disse isto a brincar, porque a rampa seria da mesma dificuldade de tantas outras que já havíamos superado, ao longo daquele percurso. No entanto, antes de poder chegar ao início da subida, lá estava de novo, uma enorme Poça de Água, que cobria todo o caminho com excepção de 2 pequenas margens encostadas ao muro do lado esquerdo e ao muro com rede, do lado direito. Mas esta foi fácil de vencer porque as estreitas passagens eram suficientes para com um certo equilíbrio, ultrapassar a poça. Só que uns metros mais à frente, LÁ ESTAVA: – “Outra Poça”! E esta era muito pior do que a que acabáramos de transpor! Também havia estreitos carreiros a ladearem a poça, só que quase não se conseguia assentar um pé, sem escorregar na lama ou sem ir parar com os sapatos mergulhados dentro de água. E foi o que se passou comigo. Aí, estava eu a descalçar os peúgos, para me voltar a calçar com os pés nus. De repente disse em voz alta: – “Eh, pá! Eu sou mesmo idiota! Em vez de atravessar isto descalço, meti-me por aqui a dentro e agora tramei-me”! De súbito vejo várias pessoas a tentarem passar em fila, por um dos estreitos trilhos, com dificuldade, pois os pés pareciam bailarinas, naquele terreno altamente escorregadio. E eis que de súbito só pensei numa daquelas senhoras a desiquilibrar-se e a cair perigosamente, de chapa, para dentro daquela enorme poça de água! Quase que aconteceu isto, mas lá se conseguiu equilibrar, quando pensei: – “Tenho de agir com rapidez e acção, se quiser evitar um desastre! Descalcei-me de novo, e com os pés nus, meti-me para dentro da poça, segurando nas pessoas que estavam em desiquilíbrio, possibilitando, assim a passagem segura para o outro lado da poça”. Porque, acreditem-me! Depois de terem passado todos os 21 participantes, o respiro de alívio foi gigantesco! Podia ter havido um acidente gravíssimo, se não tivesse procedido desta forma.

Logo uma amiga se ofereceu para gastar a água que lhe restara do almoço, para a despejar sobre os meus enlameados pés e também houve quem me oferecesse papel de cozinha para os enxugar.

Que Susto! Mas, como se diz por aí, Só quem não trabalha, é que não comete Erros!

Regressados à Feira de S. Pedro, terminámos o passeio, mas podem crer, com muita vontade de voltar para o mês de Março!

Por isso, venham daí, até à “Peninha” e “Alto do Monge”, no próximo dia 20 de Março!

Não se esqueçam de ver as fotos! Clicando nelas, podem ver-se em tamanho maior e também descarregar para o Disco Rígido.

Bem hajam!

João Palma